De acordo com dados do informativo conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) as áreas semeadas com trigo, cevada e canola foram 1.516.236 hectares, 38.922 hectares, 74.419 hectares respectivamente.
Os prognósticos de um El nino potente para a primavera de 2023 se confirmaram e as chuvas bem acima da de média para o período impactaram quantitativamente e qualitativamente as culturas da cevada, aveia e trigo. De acordo com as normais climatológicas (1991-2020) para o mês de setembro a precipitação média é de 165 mm, já para o mês de outubro 239 mm e novembro 160 mm. O que vivenciamos nestes 3 meses de acordo com a estação INMET A883 (Ibirubá) foram 504 mm em setembro, 354 mm em outubro e 327 mm até esta data (28/11) de novembro, ou seja, um volume de 110% a mais que a normal para o período.
Na cultura da canola, embora o rendimento médio seja menor que o obtido na safra de 2022 e apesar das condições adversas que a cultura enfrentou a campo como geada no final do mês de agosto e ventos fortes o resultado foi positivo e importante dentro do sistema de produção que os produtores tem adotado, segundo dados da Comissão Municipal de Estatística Agropecuária a média no município foi de 1900 kg/ha.
As culturas como trigo, aveia e cevada foram fortemente impactadas pelos eventos de excesso de chuvas já citados, além de problemas relacionados a falta de umidade no início do ciclo que atrapalhou alguns manejos de fertilidade e com a geada citada na cultura da canola. Estas culturas tiveram impactos negativos de produtividade e de qualidade. Doenças de difícil manejo como giberela e brusone tiveram condições favoráveis de desenvolvimento e aliado a problemas de polinização no florescimento agravaram o cenário.
Na cultura da cevada a produtividade média apurada foi de 1800 kg/ha (30 sacas/ha) em uma área estimada de 150 hectares. Na principal cultura de inverno do município, o trigo que teve uma área cultivada estimada em 7500 hectares a produtividade estimada foi de 1680 kg/ha (28 sacas por hectare).
Apesar das dificuldades com o inverno os produtores seguem o seu planejamento e manejos, enfrentando os desafios na busca por uma boa safra no verão 23/24.