Povo Brasileiro: A Cultura do Não Saber
Colunista- Everton Vila ( Vevi )
Culturalmente não somos um povo preocupado com o conhecimento ou mesmo o estudo e sua aplicabilidade em forma de poderosa ferramenta para melhor desenvolvermos nosso cérebro. Definitivamente, não!
Os brasileiros são, em sua esmagadora maioria, um povo pouco letrado, os índices baixos nas medições dos níveis educacionais confirmam essa afirmação. Isso é muito curioso e de veras me assusta, afinal de contas, para um país ainda de muitos analfabetos, de escolaridade mínima e baixíssima leitura, as pessoas parecem dar eloquente importância para a palavra, especialmente em suas redes sociais.
Elaboram frases de impacto, desculpem o termo, “cagam” teses sem embasamento teórico (aliás, acham isso uma idiotice, acreditam? Eu tive de ouvir essa barbaridade), rememoram fatos históricos que geralmente não ocorreram conforme suas narrativas, inventam ou misturam recortes históricos para apoiarem suas ideologias que em geral também são confusas e desconexas, esses sujeitos iletrados e sem compromisso algum com desenvolvimento de estudos, sem qualquer teoria, ainda assim, tendem a ser proponentes de debates. Buscam respeito e liberdade em textos furados, inventivos, em anedotas, em contos, em ensaios, contendo apenas opinião e ideologia.
É um absurdo o debate sem embasamento, é desastroso e extremamente cansativo ter de falar sobre isso, Certamente falo em termos gerais, sei que não são todos, mas a maioria. Quem tem conhecimento não procura esse debate tosco, não se mete nesses papos de redes sociais e das tias do “zap” que deixaram de ir à missa para militar em prol da militarização das escolas públicas.
Estudar e aprender para se desenvolver, é uma prática que deve ser adotada não para ser melhor que alguém, isso é uma falácia. Os estudos servem justamente para encerrar esses debates rasos, para que eles jamais ganhem tamanhos de teses e voltem a ser oque sempre foram: Tão somente fofocas!
Tenho muita saudade das pessoas fofocando embaixo da sombra das árvores, , em bares, em lugares públicos, sacudindo o mundo sem os holofotes das redes. A valorização dos estudos deve haver para evolução própria, para motivação do saber, de aprender sobre o novo, deve ser pelas prioridades, deve ser encarado sob a ótica de princípios.
No entanto, por estes lados tudo é muito superficial, não tem valor algum, nem chega a ser um assunto aberto a discussão, é motivo de riso, chacota, clichê. Se um dia nos importarmos com a educação e os fundamentos básicos dos estudos como maneira aplicada de desenvolvimento, então se findarão as teses rasas de pires de café, uma pá de cal sucumbirá as velhas do “zap” e voltarão as boas fofocas que não levam a lugar algum e os mates-doces que fazem bem para a alma e um mal terrível para a pressão.