Justiça Brasileira: Um Sistema Desigual sob o Olhar da Realidade

Justiça Brasileira: Um Sistema Desigual sob o Olhar da Realidade

Colunista- Jones Scheit

A justiça brasileira, idealizada como um bastião de equidade e imparcialidade, muitas vezes se revela um espelho distorcido da realidade. Em um país onde a desigualdade social é uma ferida aberta, o sistema judiciário frequentemente parece favorecer os ricos e famosos, enquanto a grande massa da população enfrenta um labirinto de injustiças, burocracia e ineficiência.

É alarmante observar que, em casos de celebridades ou indivíduos poderosos, a justiça tende a agir com celeridade e atenção, enquanto as denúncias de injustiças cometidas contra a população mais vulnerável se perdem em um mar de processos lentos e burocráticos. As filas nos fóruns e o tempo interminável de espera por uma decisão judicial se tornam uma rotina para aqueles que não têm acesso aos “atalhos” que os privilegiados frequentemente utilizam. Essa disparidade evidencia um sistema que, em vez de garantir a proteção de todos, perpetua as desigualdades já existentes.

A falta de educação é um fator crucial que agrava essa situação. Em um país onde milhões de cidadãos carecem de acesso a uma educação de qualidade, a compreensão dos direitos e deveres se torna um privilégio de poucos. A ignorância sobre o funcionamento do sistema judiciário impede que muitos busquem a justiça que lhes é devida. Assim, a população mais pobre se vê ainda mais marginalizada, sem saber como reivindicar seus direitos ou como se defender em um ambiente que deveria ser, em teoria, acessível a todos.

Além disso, o alto índice de criminalidade que assola o Brasil é uma consequência de um ciclo vicioso que envolve pobreza, falta de oportunidades e um sistema judiciário falho. Quando a justiça falha em oferecer proteção e resposta às demandas da sociedade, a desconfiança e o desespero se instalam. A criminalização das classes menos favorecidas, enquanto os crimes de colarinho branco muitas vezes permanecem impunes, demonstra que o sistema não atua de maneira justa, mas sim de acordo com a influência e os interesses de cada um.

Essas injustiças não são apenas números em uma estatística; elas representam vidas, histórias e sonhos que são constantemente desconsiderados. É imprescindível que a sociedade como um todo se mobilize para exigir uma reformulação do sistema de justiça, que promova igualdade de tratamento para todos, independentemente de classe social, cor ou influência.

Neste contexto, é vital que cada um de nós faça sua parte para conscientizar e lutar por um sistema mais justo. A verdadeira justiça não pode ser um privilégio de poucos, mas sim um direito garantido a cada cidadão. É hora de transformar a indignação em ação, exigindo mudanças que coloquem a dignidade e os direitos humanos no centro das decisões.

A justiça deve ser um reflexo da sociedade que aspiramos: mais justa, mais igualitária e, acima de tudo, mais humana. A luta por essa transformação começa agora, e cada voz conta. Que possamos nos unir em prol de um futuro onde a justiça não seja apenas uma palavra, mas uma realidade palpável para todos.

Um comentário

  1. Infelizmente nós pessoas do bem somos submissos a pessoas da lei , que lei ? Fazem de nós de palhaço ! Parese que ser certo é o errado !

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