A Música que Moldou Gerações: Reflexões sobre Sucesso e Qualidade nas Décadas Passadas
Colunista- Jones Scheit
” Antes de você ler o texto saiba: Citei apenas alguns artistas e bandas, são vários que poderiam ter sido citados e de diferentes estilos e gêneros. Veja bem, se citarmos todas as bandas conhecidas mundialmente e que marcaram gerações, precisaríamos escrever um livro com mais 1000 páginas. “
Em um mundo onde a música é um dos principais meios de expressão cultural, é impossível não olhar para as décadas de 60, 70, 80 e 90 com um misto de nostalgia e admiração. Essas eras foram verdadeiros marcos na história da música, produzindo obras que não apenas encantaram os ouvidos, mas também moldaram gerações inteiras. As canções daquela época eram repletas de qualidade, sonoridade rica e letras poéticas que nos convidavam à reflexão.
Os anos 60 trouxeram uma revolução musical com bandas como The Beatles e Rolling Stones, cujas melodias e letras desafiavam normas sociais e celebravam a liberdade. Os anos 70 continuaram essa trajetória de inovação, com artistas como David Bowie e Led Zeppelin, que exploraram novas sonoridades e temas profundos. Já os anos 80 e 90 consolidaram o legado desses gigantes, trazendo ícones como Madonna, Nirvana e Guns N’ Roses, que misturaram estilos e abordaram questões sociais de maneira impactante.
A importância dessas músicas vai muito além do entretenimento; elas serviram como trilha sonora de mudanças sociais e políticas, refletindo os anseios e as lutas de suas épocas. As letras eram repletas de significado, e a sonoridade, cuidadosamente elaborada, convidava o ouvinte a se perder em um universo sonoro rico e diversificado. Cada acorde, cada verso, tinha o poder de tocar a alma e provocar uma reflexão profunda sobre a vida e a sociedade.
No entanto, ao olharmos para a produção musical contemporânea, é difícil não sentir uma certa tristeza diante do que se tornou a indústria da música. Em um cenário em que o sucesso parece ser medido pela quantidade de streams e pela viralização de hits instantâneos, a qualidade muitas vezes fica em segundo plano. A sonoridade se tornou homogênea, e muitas canções parecem seguir fórmulas repetitivas, sem a originalidade que caracterizava as músicas de décadas passadas.
Infelizmente, a decadência sonora é acompanhada de letras que, em sua grande maioria, não acrescentam nada à reflexão. O que antes era poesia e crítica social agora se transforma em banalidade e, em muitos casos, em conteúdo de baixo calão. A música, que deveria ser um veículo de expressão e transformação, corre o risco de se tornar apenas um produto comercial, desprovido de alma e significado.
Essa realidade nos leva a questionar: onde estão as canções que nos fazem parar e pensar? Onde estão os artistas que se preocupam em deixar um legado duradouro, em vez de simplesmente buscar o sucesso imediato? A verdade é que a música é uma forma de arte que deve ser valorizada, e o público tem um papel crucial nesse processo. Ao escolhermos apoiar artistas que priorizam a qualidade e a profundidade, contribuímos para uma cena musical mais rica e diversificada.
Em meio a essa revolução sonora, é essencial revisitarmos e celebrarmos as músicas que moldaram nossas vidas e que continuam a ressoar em nossos corações. Que possamos encontrar inspiração nas melodias do passado e exigir, cada vez mais, uma música que não só nos entretenha, mas que também nos faça pensar, sentir e, acima de tudo, ser.