O final de ano está sendo especial para 26 adolescentes atendidos pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase). Os estudantes foram aprovados no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade (Encceja PPL 2023). A prova é direcionada aos jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos em idade própria.
As provas, aplicadas no mês de outubro, avaliaram competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar e extraescolar. A Fase contou com 15 socioeducandos aprovados na prova de certificação de nível Fundamental e com 11 adolescentes no exame de certificação de nível Médio.
O certificado do Encceja tem o mesmo valor de um diploma de uma escola de ensino fundamental ou médio, pois reconhece oficialmente que o estudante cumpriu todas as disciplinas do núcleo comum.
“É mais uma grande notícia, que demonstra a qualidade do trabalho pedagógico realizado pela Fase em parceria com a Secretaria de Educação em todo o Estado”, comemorou o presidente José Stédile. “O Encceja permite a retomada da trajetória escolar e é um interessante ‘termômetro’ para avaliarmos as ações na área educacional”, reforçou.
O Exame, realizado desde 2002, é composto por quatro provas objetivas, cada uma com 30 questões de múltipla escolha, e uma proposta de Redação. O Encceja PPL é realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação da prova, em colaboração com as secretarias estaduais e municipais de Educação.
Investimento no futuro
No Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Pelotas (Case), na Região Sul, cinco socioeducandos foram aprovados no exame. “Eles estão muito felizes e ainda mais motivados para a continuidade dos estudos”, resumiu a pedagoga Marisa Pires da Silveira, que atua há 25 anos na unidade. Conforme a profissional, os estudantes se preparam para a prova por meio de apostilas enviadas pela Diretoria Socioeducativa da Fase (DSE) e do Núcleo de Comunicação e Documentação (NCD).
“No ano passado, um adolescente atendido pelo Case cursava o 5° ano e concluiu o Ensino Fundamental pelo Encceja. Esse mesmo jovem iniciou o Ensino Médio, imaginávamos que teria dificuldades, mas não. Surpreendentemente, foi um dos melhores alunos da classe, tanto que passou novamente no Encceja este ano, ou seja, concluiu também o Ensino Médio”, completou, citando o trabalho conjunto realizado entre a equipe do Case e o corpo pedagógico da Escola Estadual de Ensino Médio Dom Antônio Zattera, anexa à unidade.
“Estou muito emocionado com a conclusão do Ensino Fundamental. O diploma vai me ajudar bastante no futuro. Para buscar um emprego, para ajudar minha família, para melhorar a minha vida em tudo”, disse outro adolescente atendido pelo Case Pelotas. “Estudei bastante para a prova. Recebi um caderninho (apostila) dos professores e ‘treinei’ bastante para Português, Matemática, Ciências, Espanhol. Estava bem preparado”, completou o jovem de 17 anos. Antes do Encceja, ele cursava o 6° ano do Ensino Fundamental.
Trabalho pedagógico
A inscrição dos jovens no exame nacional foi fruto de um trabalho conjunto desenvolvido pelos servidores da Fundação. Destaque para a atuação de analistas pedagogos, diretores das unidades, agentes socioeducadores e professores das escolas anexas às unidades socioeducativas.
“Os resultados nos exames de certificação nacional são uma ótima forma de mensurar o fazer pedagógico desenvolvido em todas as unidades da Fase. Fechamos o ano na certeza de que um trabalho realizado a muitas mãos é o caminho certo. Nossa atuação busca proporcionar aos adolescentes uma nova perspectiva de vida, com planos futuros a partir da educação”, destacou a chefe do Núcleo de Escolarização da Fase, Jamille Cordeiro.
A organização do Encceja PPL também passou pela Diretoria Socioeducativa (DSE) por meio da Coordenação Pedagógica e da Diretoria Administrativa (DA) e do Núcleo de Comunicação e Documentação (NCD) e do Núcleo de Segurança.
Também merece destaque, a articulação realizada para o deslocamento dos adolescentes entre as unidades, inclusive com a movimentação de socioeducandos do interior do estado que foram inscritos na Capital.
15 Estudantes aprovados no Ensino Fundamental
1 Centro de Internação Provisória Carlos Santos (CIPCS -Porto Alegre)
2 Centro de Atendimento Socioeducativo Padre Cacique (Case PC – Porto Alegre)
2 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Porto Alegre II (Case POA II)
1 Comunidade Socioeducativa (CSE – Porto Alegre)
2 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Passo Fundo (Case)
4 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Pelotas (Case )
2 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Novo Hamburgo (Case)
1 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Caxias do Sul (Case)
11 Estudantes aprovados no Ensino Médio
1 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Porto Alegre II (Case POA II)
2 Comunidade Socioeducativa (CSE – Porto Alegre)
1 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Pelotas (Case)
2 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Santa Maria (Case SM)
2 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Novo Hamburgo (Case)
3 Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Caxias do Sul (Case)
Texto e foto: Saul Teixeira – Ascom Fase
Assessoria de Comunicação Social – FASE