O show tem que continuar
As perspectivas de mudanças dos rumos políticos acontecem sob viés e ótica de uma população geralmente humilhada, indignada, ressentida e descontente com as decisões dos seus iluminados presidenciáveis.
Cabe destacar aqui, algo muito discutido e falado aos borbotões. Diz-se muito que são as elites que elegem seus políticos, devo confessar que até pouco tempo atrás concordava com isso, porém já não pactuo com essa proposta. Não é a elite, respeitável leitor, é o trabalhador. Sei que parece lógico, afinal as pessoas que consomem este conteúdo certamente são trabalhadores. Pois é isso mesmo! Somos nós, os pagadores de contas,
aqueles que trabalham de dia para comer à noite. Somos nós, os que declaram imposto de renda ganhando pouco mais de 2 mil reais por mês e não temos opção de diluir esse valor em lugar nenhum. Somos aqueles que dormem sonhando para o gás não acabar antes do dia 30. Nós fizemos a roda gigantesca da máquina pública girar, portanto somos responsáveis pela eleição dos nossos representantes. É necessário entendermos isso. Até
podem existir manobras elitistas para coagir uma grande massa trabalhadora (ditas chão de fábrica), que podem recuar por medo de perder emprego ou algum benefício, mas são exceções, geralmente são medidas tomadas em questões desesperadoras, numa possível e iminente perda.
Contudo a impressão do direito democrático parece terminar para as pessoas no exato momento em que seus elegidos adentram os palácios do governo. Talvez esses direitos não acabem, mas a democracia é entregue nas mãos desses senhores, após essa “coroação”, o reino é montado.
O atual presidente Lula, assim como anteriormente fizera o ex presidente, Jair Bolsonaro, efetiva nos cargos do alto escalão, seus amigos. O mais novo contemplado é Zanin, escolhido para assumir a vaga no STF. Zanin é advogado de Lula, foi ele quem livrou da cadeia e habilitou para a eleição o agora presidente. Também convenceu o supremo dos exageros do repugnante Sérgio Moro, nas atribuições de suas funções. Isso não configura crime algum, no entanto, à primeira vista, fica evidente a escolha por agradecimento e confiança, mas não por competência. Se de fato Zanin tenha competência, definitivamente não está nessa discussão de momento.
Outro poderoso nessa nova “história democrática” é o presidente da câmara, Arthur Lira.
Esse corta o baralho e distribui as cartas, como já escrevi em outros momentos, engordando as criaturas do centrão, que prefiro não adjetivar (apesar de ter muita vontade).
Claramente nota-se mais uma vez, a queda de braço política. O país dividido nessa eterna hipérbole entre direita e esquerda. A direita nesse momento, um tanto mais reservada, esperando os passos falsantes da esquerda. Essa por sua vez, na persona do presidente Lula, para não se indispor e tentar não abortar seu governo nos primeiros 6 meses, retroalimenta o centrão, o velho centrão, que governa esse país, sabe-se lá desde quando, e ainda não pretende lançar um nome forte para concorrer ao cargo de presidente, afinal, dentro do jogo democrático, balança para todos os lados, mas não deixa cair a coroa, neste momento na cabeça de Arthur Lira, o mago das cartas, o abjeto canastrão.
O circo não chegou, ele nem mesmo desmontou suas lonas, os palhaços apenas trocaram as roupas e seguiram o show, entretendo o dispensável público.