Novo governo, velhos vícios
Há séculos que as oligarquias brasileiras usufruem, desfrutam, aproveitam, logram, enfim, qualquer sinônimo é valido para entender o quanto a nação deste país sofre com usurpações.
Antes essas oligarquias entendiam o Brasil como sendo delas, justamente por se tratar do desenvolvimento de nosso país dentro do espectro escravocrata, opressor, onde as pessoas estavam reclusas de seus direitos. Na atualidade o Estado continua refém de políticos sabotadores, que uma vez eleitos enxergam no patrimonialismo uma forma assistencialista e corrupta de ganhar dinheiro.
O mais novo caso (ou nem tão novo assim) é o do ministro das comunicações do governo Lula, Juscelino Filho, recebendo R$ 3 mil em diárias e usando um jato da FAB com um custo de R$ 140 mil, segundo estimativas do jornal O Estado de São Paulo. Juscelino é reincidente na arte de meter a mão naquilo que não é seu. Anteriormente, o agora ministro, à época deputado federal, havia usado dinheiro do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que cortava sua fazenda no Maranhão. Mesmo sendo o orçamento secreto um verdadeiro evento de distribuição do dinheiro público para angariar votos, mas esse não é o assunto agora.
Definitivamente nada justifica a apropriação do dinheiro público, porém isso não parece abalar ou constranger ninguém, faz-se uso com frequência do patrimônio da nação independentemente do partido político, ideologias ou classes sociais, é o dito: “velho jeitinho brasileiro”.
Devemos entender que ministros, deputados e presidentes passam, fica o Estado e, obviamente, seu patrimônio. O ministro deve responder por seus crimes, uma vez que foram comprovados. Quanto ao presidente Lula, este deve desligar Juscelino de suas funções ministeriais, afinal, uma de suas promessas de campanha era justamente não compactuar com atitudes duvidosas, especialmente nos cargos do alto escalão de seu governo.
Se o ministro permanecer, o presidente não só quebra sua promessa, como também escancara novamente algo que já escrevi neste espaço, as alianças. Sem os votos do partido de Juscelino, União Brasil, o governo não conseguiria aprovar sequer a PEC da Transição, essencial para iniciar o governo no cumprimento de algumas medidas, ou seja, entramos mais uma vez nesse “looping” infinito, do benefício de cargos e alianças políticas como “modus operandi” de um sistema degradante e viciado!