Coluna Agricultura e Pecuária: Início da safra de verão 2022/2023

Colunista Fabiano Gregorio-Engenheiro Agrônomo da Emater

Início da safra de verão 2022/2023

Estamos na primeira semana do mês de janeiro de 2023 e já é possível termos um primeiro diagnóstico a respeito da safra de verão 2022/2023.
De acordo com o informativo conjuntural da Emater n° 1744 de 05/01/2023 a área projetada para a cultura da soja no estado do RS é de 6.568.607 hectares, sendo que destes na data de 05/01/2023 a estimativa é que 96% da área esta semeada. Se compararmos com a safra 2021/2022 estamos mais avançada na área semeada pois naquele ano nesta mesma data a estimativa era de 94% da área semeada. Em Colorado se estima próximo a 18.000 hectares com a cultura.
Estamos passando por um quadro preocupante de déficit hídrico e isto tem impactado a cultura, com plantas de menor porte, encurtamento de entrenós e lavouras com entrelinhas descobertas em razão do menor crescimento vegetativo.

Em termos fitossanitários, o tempo predominantemente seco é favorável ao surgimento de insetos praga como ácaros e trips. Devido a isto é importante que os produtores realizem o monitoramento e o controle, pois o ataque pode impactar severamente a produtividade, causando o rompimento da cutícula das folhas e a exposição dos tecidos internos, consequentemente, aumentando a transpiração e a decorrente perda de umidade das plantas.
Espera-se que o quadro de déficit hídrico não se agrave e que retornem as precipitações para a cultura retome seu desenvolvimento e possa ainda expressar o seu potencial de produção.

Em relação a cultura do milho a área estimada no RS é de 831.786 hectares e em Colorado entre milho grão e milho silagem se estima em torno de 1800 hectares.
Cultura de milho sequeiro na região Noroeste com mais de 70% da área cultivada em estádio de enchimento de grãos, severamente prejudicada pela estiagem que perdura na região. As perdas de produtividade da cultura são variáveis conforme o grau de déficit hídrico de cada região, com perdas que se estendem de 30% até perda total das lavouras. Mesmo com o retorno das precipitações, as lavouras beneficiadas não têm condições de recuperar o potencial produtivo, pois já passaram dos estádios de definição da produtividade, restando o final do enchimento de grãos e a maturação, com perdas já consolidadas. O quadro das lavouras no município também não é diferente da região, com lavouras com distintos graus de perdas em razão da época de semeadura, tecnologia de produção, híbrido semeado e manejo de solo. Cada lavoura precisa ser bem avaliada para que o produtor consiga tomar uma decisão mais assertiva em relação a situação.