Coluna Políticas Públicas e Sociais: Banalidade Eleitoral

Colunista Everton Vila ( VEVI )

É desolador sentar-se em frente ao computador para começar a escrever algo que contribua em alguns aspectos na vida das pessoas, ou mesmo as faça refletir por instantes (afinal esse sempre será meu intuito), e não conseguir sair dessa malha perigosa e nojenta que acentua-se nesse momento, a política.

Queria evitar falar disso, mas confesso, ainda que decepcionado comigo mesmo, não posso. Precisamos falar sobre o assunto. Estou estarrecido com tudo que vejo e ouço, as pessoas fazem de uma eleição um campo de batalha, um tortuoso calvário de bobagens e mentiras, uma distribuição gratuita de insanidades e uma dose extra de burrice.

Primeiramente, deixo claro, não entendo mais ou menos sobre política, quem me conhece sabe minha posição e a maneira como entendo e estudo a política, fato é: se você, astuto leitor, é capaz de agredir, brigar ou tornar-se inimigo de alguém por conta de um voto, resta claro, as lutas por um Estado de direito e todo o processo democrático não existem, anulam-se sob essas perspectivas.

A democracia existe justamente para a livre escolha, as pessoas pensam dentro das suas realidades, dentro dos seus propósitos, tomam suas decisões baseadas em suas experiências de vida, logo não se trata da escolha em determinado candidato ser certa ou errada. Nenhum cidadão erra o voto, ninguém merece ser questionado ou coagido para votar, isso é no mínimo crime, além de ser uma atitude repulsiva, cabotina.

O povo nordestino foi insultado por metade de um país por conta de dois candidatos, por uma eleição. O nordeste é responsável pelo desenvolvimento das maiores cidades do país, as pessoas migraram para SP, por exemplo, para trabalharem, emprestaram seus conhecimentos e esforços em troca de remuneração. Existem muitos pesquisadores e intelectuais nordestinos que muito contribuem no desenvolvimento cultural do Brasil, ainda que isso pouco importe para muitas pessoas. Sinto vergonha alheia em ver essa mobilização em prol de uma coisa tão banal como é a política.

Se tivéssemos essa disponibilidade para efetivamente melhorar nosso país, certamente não faríamos por meio da politicalha e sim pela educação, pelo respeito às diversidades, pelo empenho coletivo, no sentido de ajuda, seria plural, não visaria lucro. Aliás, ninguém vai parar de trabalhar, nem de investir. Um sistema que gera lucro o tempo todo com mão de obra barata e subserviente é sucesso absoluto, só acaba se colapsar, se houver muita gente rica.

Estamos apenas passando por uma eleição, elas acontecem de 4 em 4 anos, assim é uma democracia, não há nada de errado com o Brasil, tirando o fatos dos brasileiros não conhecerem sua história e estarem certos o tempo todo.

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