Desde o ano passado vem sendo feito um trabalho entre Ministério da Agricultura (MAPA), Embrapa e demais entidades do setor agropecuário para instituir um período de vazio sanitário para a cultura da soja no estado do RS.
O objetivo de um vazio sanitário é proteger uma cultura ou um animal da contaminação por pragas e doenças através da eliminação ou restrição de contato com um hospedeiro da praga ou doença potencialmente danosa, com isto gerando benefícios para todo o setor.
Em razão da principal doença da cultura da soja, a ferrugem asiática causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, foi instituído o vazio sanitário da cultura no estado do RS para esta safra de 2022/2023. Por conta desta doença o MAPA criou o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), onde os comitês estaduais fazem a definição do período do vazio sanitário.
Durante o período de vazio sanitário fica proibido a semeadura de soja ou mesmo a mantença de plantas vivas nas lavouras, mesmo as oriundas de grãos perdido na operação de colheita ou transporte. Ou seja, não podem existir plantas vivas de soja na lavoura durante este período sob pena do produtor receber penalidades administrativas dos órgãos estaduais de sanidade vegetal.
No RS a portaria do MAPA/SDA 516 de 1° de fevereiro de 2022 estabelece o vazio sanitário da soja entre os dias 13 de julho a 10 de outubro de 2022. Durante este período não podem existir semeadura e nem plantas de soja vivas nas lavouras do estado. Já a portaria MAPA/DAS 607 de 21 de junho de 2022 estabeleceu o calendário de semeadura da cultura para o estado, tendo ficado definido a semeadura entre os dias 11 de outubro de 2022 e 28 de fevereiro de 2023. Importante lembrar que estas portarias são referentes ao vazio sanitário e calendário de semeadura, mas não guardam relação com a portaria que define o zoneamento agroclimático da cultura utilizado para avaliação de riscos e para contratação de seguros e proagros.
Para respeitar o vazio sanitário no RS temos uma vantagem climática que é a ocorrência de geadas que podem controlar plantas voluntarias da soja, mas caso o frio não seja suficiente para controlar as plantas ou estas estejam abrigadas sob outras culturas, é importante que o produtor lance mão de ferramentas como o controle químico das plantas evitando com isso problemas relacionadas a fiscalização.