Coluna Agricultura e Pecuária: Giberela em trigo

Giberela em trigo

Colunista Fabiano Gregorio-Engenheiro Agrônomo da Emater.

Nas últimas semanas a ocorrência de um patógeno vem preocupando e deixando apreensivos os produtores que tem lavouras com a cultura do trigo no município e na região. Trata-se de uma das principais ameaças das lavouras de trigo, cevada e triticale.

A Giberela causada pelo fungo Gibberella zeae (Fusarium graminearum) tem grande importância quando tratamos dos complexos de doenças que podem ocorrer na cultura do trigo devido ao seu potencial de danos tanto quantitativos como qualitativos. Alguns pesquisadores apontaram em levantamentos que as perdas de rendimentos podem variar de 18 a 50%, sendo em casos mais extremos até 60%. Além da perda quantitativa este fungo contamina os grãos com microtoxinas, substancias altamente tóxicas para seres humanos e animais.

A ocorrência da doença na cultura recebe influencia direta do ambiente, sendo que condições climáticas como períodos frequentes de alta umidade relativa do ar com precipitações em dias consecutivos e temperaturas de 24 – 30° C potencializam a ocorrência da epidemia, principalmente se estas condições ocorrerem durante o período mais suscetível da cultura que corresponde ao momento do florescimento, principalmente no momento de extrusão das anteras.

Por ser uma doença de difícil controle é necessário lançar mão de diversas estratégias no seu manejo como uso de cultivares que tenham algum nível de resistência, mesmo que ainda não tenhamos materiais com resistência completa, mas existem alternativas que contribuem na sua redução. Fazer o escalonamento da semeadura e uso de cultivares de ciclos distintos também favorece com que pelo menos parte da lavoura não coincida a fase reprodutiva com condições de clima favorável a doença. E também laçar mão da ferramenta de controle químico de forma preventiva, ou seja, antes mesmos da ocorrência das condições ambientais favoráveis.

Existem pesquisas indicando o momento de realização de aplicações de forma sequencial visando proteger a planta no momento de maior risco e com moléculas que tenham maior eficiência de controle.

As empresas de pesquisa têm indicados alguns manejos e formas de trabalho que deveremos lançar mão visando a proteção quantitativa e vejo que muito em breve teremos que dar mais atenção ao item qualidade principalmente no que diz respeito a presença de microtoxinas como a deoxinivalenol (DON) pois cada vez mais precisamos atender as normas quantos aos limites máximos de tolerâncias para microtoxinas em alimentos.

Figura 1 – Sintomas do patógeno na espiga do trigo