Solo – O recurso mais valioso
Quando em uma propriedade se faz o inventário patrimonial se observa o quanto a área física (extensão territorial) impacta no valor da propriedade. O valor muitas vezes de um imóvel não está nas benfeitorias, maquinários e equipamentos que estão na propriedade, mas sim na área de produção que esta dispõe.
Muitas vezes ao se valorar ou negociar um imóvel rural a principal intenção é usar a sua área física de produção sem muito interesse nas benfeitorias, dai a importância que devemos dar ao bem mais precioso das propriedades que é o SOLO. Um solo bem cuidado, corrigido no aspecto químico, equilibrado no aspecto biológico e protegido de processos de erosão tem um valor e interesse superior aos demais.
O dia 15 de abril foi instituído através da Lei 7.876 em 13 de novembro de 1989, por iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como o Dia Nacional da Conservação do Solo. A data foi escolhida em homenagem ao nascimento do americano Hugh Hammond Bennett (15/04/1881- 07/07/1960), considerado o pai da conservação dos solos nos Estados Unidos.
O objetivo de criar esta data foi de aprofundar os debates sobre a importância do solo como um dos fatores básicos da produção agropecuária e a necessidade de seu uso e manejo sustentáveis.
Dentre os problemas ambientais, a erosão do solo está entre os mais preocupantes, pois pode levar à perdas de solo e de sua capacidade produtiva; fazer o aporte de sedimentos nos rios, causando assoreamento e contaminação dos recursos hídricos; e a degradação dos ecossistemas como um todo, estando associada à questões ambientais, sociais e econômicas.
Além disso, o solo é a base para a produção de alimentos, atua como filtro e reservatório de água, e é imprescindível para a existência humana e desenvolvimento sustentável.
A Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado sempre trabalhou e continua trabalhando arduamente em vários programas e projetos de conservação do solo. Projeto tatu, projeto de microbacias, projeto metas, plantio direto e projetos visando recuperar a capacidade de infiltração de água nos solos agrícolas, guardando esta água para os períodos de estiagem, fazendo com que a água que cai das chuvas infiltre no local. Buscando ampliar a fertilidade, coleta de solo, análise e interpretação dos resultados e recomendação adequada conforme a cultura e produtividade esperada pelo produtor.
O enfrentamento de problemas de erosão deve ser feitos de forma global e integrada para que o resultado seja positivo. Quando partimos para execução de práticas isoladas sem pensar no conjunto de ações que fazem parte dos sistemas produtivos estamos correndo sério risco de não resolver os problemas e por vezes ainda criar situações mais prejudiciais.
Um exemplo que foi citado acima é quando imaginamos que uma prática mecânica por si só irá resolver. Como por exemplo, a construção de um terraço ou curva em desnível. Esta intervenção mecânica deve vir acompanhada de um bom planejamento anterior visando o correto dimensionamento desta obra e de um plano de manejo visando aumento de palhada da área, plano de rotação de culturas, plantio em nível, avaliação da compactação do solo e plantas de cobertura visando o aumento da capacidade de infiltração de água.
Se o nosso objetivo é explorar o potencial genético das culturas que estamos implantando é preciso cada vez mais buscar um solo equilibrado. Este equilíbrio diz respeito as propriedades químicas, físicas e biológicas.
Cada produtor deve montar o seu sistema de produção visando obter uma produção crescente, estável e sustentável e isso será possível com um olhar cada vez mais atento ao solo, para evitar qualquer tipo de perda, mesmo aquela perda que parece pequena, mas que na verdade esta levando o que tem de melhor da área e que demora anos para ser construída.