O tempo vai passando e a cada dia presenciamos mais mudanças provocadas pela pandemia. A realidade a qual estávamos acostumados, que para nós era normal e por vezes até passava despercebida, hoje estão presentes em nossas vidas de formas bem diferentes.
Não tem mais bola rolando nos campos. O futebol, paixão nacional, deixou de ter aquela disputa entre times e torcida, estamos vivendo de reprises, muitas delas que emocionam os torcedores. Mas, o problema é muito maior do que estarmos sem assistir a jogos inéditos, ele afeta a vida profissional de muitas pessoas.
Jogadores famosos, com bons salários, talvez não estejam muito preocupados, porém há muitas pessoas que são invisíveis em dia de jogos, que possuem salários baixos e correm o risco de perder seus empregos ou mesmo aqueles que buscam o sustento das famílias em dia de jogos e estão sem renda. Esses estão sendo afetados de forma mais intensa, cruel e, muitas vezes, dramática.
Os times grandes possuem patrocinadores fortes e conseguem manter seu funcionamento, mas e quanto aos times menores, quem paga as contas e os mantém funcionado? Infelizmente, muitos deles já dispensaram jogadores e outros funcionários, pois não há verba para mantê-los e quando voltarem a jogar terão que enfrentar mais desafios. Como irão cumprir as tabelas dos campeonatos e retomar aos jogos será um desafio para os dirigentes. Sem contar os jogadores que buscam projeção e talvez precisem abandonar seus sonhos para buscar seu sustento em outras profissões.
Muitos times estão voltando aos treinos, de forma bem responsável e com todos os cuidados necessários, e isso se dá pelo fato dos jogadores serem atletas de alta performance que não podem perder o ritmo e o preparo físico, pois isso pode ser prejudicial ao seu desempenho quando os jogos voltarem a acontecer.
Não dá para esquecer do bom e velho futebol de várzea. Aquele que reúne atletas amadores, que traz belas disputas que movimentam os municípios de nossa região e das regiões do Brasil todo. O esporte é a maior diversão em municípios pequenos, onde as opções de lazer são escassas.
E, por fim, os jogos entre amigos, que para muitos era momento sagrado de lazer, de interação com os companheiros de time e não podem acontecer por enquanto. Com certeza deve estar fazendo muita falta para quem tem esse hábito, em termos de diversão e de saúde. Mesmo que muitas vezes era apenas a desculpa para reunir os amigos e tomar uma cerveja pós jogo e, é claro, falar sobre futebol.
Falo em futebol, por ser o esporte mais popular, mas todos os esportes, competições ficaram prejudicadas no mundo todo: Fórmula 1, lutas, jogos diversos e as olímpiadas, que após muita discussão foi adiada. O calendário divulgado é inédito e apertado: Jogos Olímpicos de Verão, de Inverno e da Juventude, além da Copa do Mundo de futebol serão disputados entre julho de 2021 e dezembro de 2022. Se esse ano será praticamente nulo em competições esportivas, mas teremos meses intensos no período que virá.
Os programas de TV, de rádio, as colunas esportivas nos jornais, todos precisaram mudar seus formatos, sua forma de apresentação, se reinventar para manter a audiência. O esporte e as práticas esportivas, de modo geral, entraram em um estado de hibernação e se adaptar a essa nova realidade não foi, não é tarefa fácil.
O que nos resta é aguardar o fim da pandemia ou a liberação para que os jogos possam voltar a acontecer e torcer para que volte tudo a sua normalidade, nos campeonatos, no lazer, na diversão e nas práticas diárias das pessoas.