No dia de ontem, em comemoração ao Dia do Colono e Motorista, aconteceu o 4º Encontro de Sementes e Mudas Crioulas, organizado pela Emater, Comissão de mulheres e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Colorado.
Cerca de 60 pessoas, agricultoras e agricultores, estiveram participando do evento, que aconteceu no Salão Paroquial, pela parte da tarde. Esta visível que a cada ano aumenta a participação dos agricultores agricultoras neste evento.
Foi uma tarde muito proveitosa, onde além de informações obtidas, os participantes também puderam trocar de sementes e mudas com os que ali estavam, e puderam degustar de um belo café da tarde, regado de muitas guloseimas.
No final desta matéria fizemos uma pequena homenagem para as classes do Colono e Motorista, que tanto merecem nosso total respeito e admiração.
No dia de ontem, 25 de julho, marcou uma efeméride importante para o setor agro: o dia do colono e do motorista.
Mas você sabe por que essas duas figuras são essenciais para o agronegócio?
Enquanto o colono tem um papel histórico indispensável para a expansão da agricultura brasileira, o motorista tem, em números e de maneira direta, sua relevância corroborada na sociedade. Afinal, quem não lembra dos efeitos da greve dos caminhoneiros em maio deste ano, não somente no agronegócio, mas em todos os setores?
Ainda assim, ambos são representados de maneira caricata, preconceituosa e, muitas vezes, desvalorizados. Este post tem o objetivo de reconhecer esses personagens, cujas histórias são escritas com muito amor, cuidado e dedicação ao trabalho.
Colonização e relação com agricultura
O processo de colonização de terras brasileiras, levado a cabo por iniciativas governamentais sobretudo nos séculos XIX e XX, foi peça-chave para o povoamento do país. Com esse intento, sobretudo no sul do Brasil, foram trazidos imigrantes europeus de terras germânicas e da Itália.
Não somente o Brasil recebeu imigrantes europeus, mas todo o continente americano. O processo imigratório deve ser analisado, portanto, dentro de um quadro amplo que abrange o desenvolvimento tecnológico na Europa – o que causou altos índices de desemprego – aliado ao crescimento demográfico da população.
Por outro lado, na América, havia uma extensa área de terras inexploradas com alto potencial de desenvolvimento econômico, tanto para o governo, quanto para quem as ocupasse, o que levou ao estabelecimento de políticas de incentivo à imigração.
Esses colonos – assim designados porque, portanto, colonizaram terras tupiniquins – tiveram de exercer funções na agricultura, mesmo que não se ocupassem com a atividade no seu país de origem. Os locais para onde foram mandados eram, grosso modo, inexplorados, e eles tiveram de abrir – na boa analogia, a foice e facão – espaço para cultivarem, se estabelecerem e ganharem seu sustento.
Cada etnia se estabeleceu e se desenvolveu com características próprias. Como o tema é muito denso, tem diversas ramificações e muitos aspectos que o concernem não encontram consenso nem na historiografia, deixemos os dados mais técnicos para outro post – o que pode explicar muitas práticas agrícolas nas regiões que receberam imigrantes europeus. O que buscamos frisar, aqui, é a importância desses personagens no trabalho com a terra e na abertura de fronteiras agrícolas de colonização.
Colono como termo pejorativo
Com o passar dos anos, o termo colono passou a ser utilizado em um sentido pejorativo para designar pessoas que trabalham com o campo e tem um forte sotaque oriundo das línguas alemã ou italiana, que ainda são preservadas nessas regiões.
No entanto, com a mudança do cenário da agricultura brasileira, vamos combinar que é bem equivocado perpetuar o estereótipo de agricultor como uma pessoa sem estudo e com sotaque, né? Mesmo que muitos produtores rurais familiares careçam de estudo formal, eles obviamente são pessoas com muito conhecimento, mesmo que fora de espaços tradicionalmente designados como educativos.
E colono, per se, nem existe mais, a maior parte já faleceu faz muitos anos. Portanto, 25 de julho é uma boa efeméride para relembrar as raízes do campo, sobretudo nessas regiões de imigração europeia, que preservam e recontam a tradição do colono como a pessoa que trabalhou no campo nos séculos XIX e XX. Muitos filhos desses colonos ainda exercem atividades no setor rural, em um processo de sucessão familiar.
Sem motorista, a cadeia do agro não gira
Toda a produção agropecuária, desde o transporte de insumos, fertilizantes, sementes, até o escoamento, passa pelo caminhoneiro. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), 42,3% do uso de transportes no Brasil é destinado ao agronegócio, o que evidencia a suscetibilidade do setor ao aumento no preço dos fretes.
Efeitos da greve dos caminhoneiros sobre o setor agro
Não é só em números que a relevância dos motoristas é comprovada, mas em ecos práticos cotidianos, o que se evidenciou após a greve dos caminhoneiros em maio deste ano. Para além de motivações políticas, suspeitas de locaute e discussões sobre os motivos da paralisação, que iniciaram reivindicando imposto zero sobre o diesel, os efeitos foram tangíveis.
Um dos setores mais afetados foi o do agronegócio, levando à morte de bilhões de aves, ao descarte de milhões de litros de leite e à escassez de insumos para seguir o manejo de animais e de lavouras, por exemplo. Como resultado, o setor ainda amarga perdas econômicas da decisão de caminhoneiros cruzarem os braços, em uma paralisação que durou 10 dias. Deu para perceber nitidamente como eles são essenciais, né?
Valorize o colono e o motorista
Tudo isso para reforçar que esses personagens são fundamentais para manter a agropecuária brasileira de pé – desde a sua expansão na época colonial até o dia a dia, que envolve o transporte de insumos e da produção final para que os alimentos cheguem à sua mesa.